Thursday, August 2, 2007

Empresario- Jose Eduardo dos Santos (Dudu)

Barril Grill NY
30-18 Broadway - Astoria, NY 11106
Phone (718) 545-8498

Entrevista concedida a Davilmar Santos, no dia 04 de agosto de 2007

Se voce perguntar por Jose' Eduardo dos Santos, em Astoria, provavelmente vai receber um Nao como resposta. Em contrapartida, experimente perguntar por Dudu do Barril, e voce se sentira' parte da grande familia. Conheco o Dudu desde os tempos do Restaurante Chateau Brasil, onde ele recebia a todos com um largo e sincero sorriso estampado na face. Dono de um carisma sem igual, ele fazia todos se sentirem como velhos amigos, mesmo se fosse a primeira vez no seu restaurante. O dificil era encontrar um lugar para se sentar.

O restaurante viva cheio e nos finais de semana somente os mais assiduos tinham o previlegio de encontrar uma mesa disponivel. O problema e' que todos se tornavam assiduos e a casa vivia cheia. Mas o clima de amizade e de confraternizacao imperava e, mesmo que voce chegasse com sua familia, a qualquer hora, em poucos minutos voce teria uma mesa para voce.
A conversa rolava a noite inteira, com musica ao vivo nos finais de semana e, se nao era inverno, o movimento se extendia do lado de fora do restaurante. "Felizmente, a vizinhanca nunca reclamou" -ele diz fazendo uma cara que nos faz lembrar aquela imagem de santo barroco.

O Chateau Brasil foi devolvido aos antigos donos e hoje o Dudu pode ser encontrado todas as noites no Barril Grill NY, ali na Broadway, na esquina com a Avenida 31, enconstado na estacao do trem. Endereco mais facil de ser encontrado em Astoria, New York, nao existe. La', ele continua recebendo a todos com o habitual carisma.

Amigo, conselheiro, confidente, ele tambem e' atleta. Incrivel, mas e' verdade! Nao deixa, por nada, de jogar uma peladinha e, nao raro, voce o encontra, ainda com seu uniforme de jogador, conversando com um e outro, indo a todas as mesas e distribuindo sorrisos e abracos no seu novo restaurante.

Nao foi dificil entrevista-lo num inicio de tarde de um sabado, horari em que ele costuma chegar para comecar o seu dia de trabalho que vai ate' o amanhecer de domingo. A conversa fluiu facil e gostosa enquanto tomavamos um cafezinho e agua mineral sendo interrompida algumas vezes para abracar os filhos, dar um dedinho de prosa com alguns clientes ou alguma instrucao aos funcionarios da casa. Enquanto isso, Lucia, sua mulher, procurava dar os toques finais nos preparativos para o inicio de mais um longo dia de trabalho.

O Dudu e' um contador de historias de fazer inveja. A gente fica horas e horas ouvido ele contar seus causos e nao sente o tempo passar. Como ja' disse, foi muito facil entrevista-lo. Dificil foi dar a entrevista pr terminada.


Davilmar-
Que tal se comecarmos esta entrevista com voce nos apresentando o Dudu?
Jose' Eduardo dos Santos- Eu e o Dudu somos a mesma pessoa. Jose' Eduardo dos Santos e' o nome oficial, mas quem conta mesmo e' o Dudu, desde o dia que eu nasci em Tres Marias, em Minas Gerais. Nasci la' mas passei uma boa parte da minha vida em Sete Lagoas, a 62 kms de Belo Horizonte. Meu pai era natural de Belo Horizonte, morava ali na Carlos Prates, e foi funcionario da Policia Rodoviaria Federal durante 30 anos. Com a criacao da BR40, ele ficou cobrindo o percurso Belo Horizonte-Brasilia, de maneira que quando eu nasci, ele ja estava morando em Tres Marias. Nos somos quatro irmaos, 3 homens e 1 mulher, todos nascidos na mesma cidade. Como o ensino la' era um pouco precario nesta epoca, quando eu tinha 13 anos de idade, mudamos para Sete Lagoas, onde me formei em Quimica Industrial.

Voce chegou a trabalhar como Quimico Industrial no Brasil?
Dudu- Sim. Antes de me formar, eu estagiei na SICAFE, em Sete Lagoas. Depois, fui trabalhar na Siderurgica Santa Marta, como Chefe de Laboratorio. Logo em seguida prestei concurso para a Cia. Mineira de Metais, do Grupo Votarantin, em Tres Marias. nas margens do Rio Sao Francisco. Passei e fui contratado para trabalhar como Chefe de Laboratorio.

Voce estava numa situacao privilegiada no Brasil. Como surgiu a ideia de vir para New York?
Dudu- Na verdade, foi uma situacao inesperada. Eu era noivo em Sete Lagoas, e a mae da minha noiva, dona Diquinha, que viajava muito para o Paraguai, onde ela comprava mercdoria para vender no Brasil, me chamou para ajudar a carregar as coisas pra ela. La' fiquei conhecendo o Edmilson, um bahiano que morava em Belo Horizonte. Ele ja' tinha morado aqui em Nova Iorque. Naquela epoca tinha uma febre com aquele negocio de tenis All Star, todo mundo queria ter um, ai' perguntei se ele nao tinha um para me vender. Ele me respondeu que tinha uns dois ou tres pares novos, mas estavam em Belo Horizonte. Eu disse pra ele que queria um, e quando voltamos eu fui ate' a casa dele e comprei um All Star, cor vinho. Noivo em Sete Lagoas, acabei arranjando uma namorada em Tres Marias. Mas tambem, numa cidade com um nome como esse, o que que eu podia fazer, ne'? Um dia, eu e essa namorada estavamos num daqueles barzinhos e ela vira-se pra mim e diz: "Ue', que tenis mais lindo!" Eu disse: "Eh, foi um amigo meu de Nova Iorque quem trouxe pra mim." Ai ela me diz que tinha dois primos que moravam aqui na America: "Puxa, cara! Eu sou doida pra ir pra la' visitar meus primos e conhecer Nova Iorque. Voce nao toparia ir comigo?" Namoro recente, a possibilidade de viajar sozinho com ela pra um lugar distante, passar a noite juntos, mais do que depressa, eu disse: "Claro! Sera' um prazer!" Ali mesmo combinamos que na minha proxima folga iriamos a Belo Horizonte para tirar o passaporte. Eu nunca tinha visto um passaporte na minha vida. Passamos o dia inteiro la na Policia Federal e no final da tarde ele nos deram o passaporte. Ai' ela diz: "Na sua proxima folga vamos ao Rio pra tirar o visto." E eu so' dando corda, e aproveitando as possibilidades. Conseguimos o visto, e fomos comemorar com champangna e tudo mais. Ela toda feliz e eu so' curtindo. Quando voltamos para Tres Marias, ela comenta com os pais e eles me chamam pra uma conversinha de pe' de orelha. Eu virei pra ela e: "Seus pais estao me chamando?! Mas eu nem conheco eles!" Ela responde: "Ue', e' pra' isso mesmo! Eles querem lhe conhecer!" Achei aquilo meio estranho, mas fui. Chegando la', veio o pai dela me receber: "Olha, minha filha so' sai daqui pra' os Estados Unidos se voces se casarem, estamos entendidos?" Agora ve que situacao! Eu noivo em Sete Lagoas e arrumando uma encrenca dessa em Tres Marias! Virei pra ele e disse: "Olha, o senhor tem toda a razao. Eu tambem faria o mesmo. Tentei desconversar, nao disse que sim e nem que nao. Saimos e fomos direto para um bar. Precisava tomar umas cachachas pra' criar coragem e dizer um NAO bem grande pra ela: "Olha, eu tenho de falar uma coisa pra voce. Nao vai ficar chateada! Eu nao vou para os Estados Unidos de jeito nenhum. Nao vou largar minha vida aqui assim sem mais nem menos. E tem mais, eu nao sei nada de Estados Unidos, nao sei nem onde e' e nem quero saber." Ela ficou chateada e, uma semana depois, se mandou sozinha pra ca'. E eu fiquei por la', na minha boa vida. Naquela noite, fui dormir de porre, pra' variar, e nem sei onde o passaporte foi parar. Ainda bem, porque se eu tivesse visto teria rasgado. Um dia, teve uma festa em comemoracao dos 65 anos da Policia Rodoviaria Federal. Fui e conheci um senhor que morava aqui, chamado Geraldo Paulino, amigo do Mauro Lopes, chefe geral da Policia Rodoviaria Federal, no Estado de Minas. Este apresenta o Geraldo Paulino ao meu pai e diz que ele era dono de uma companhia de limousines em Nova Iorque. Quando eu escutei Nova Iorque me liguei na conversa. Fiquei assuntando e quando deu uma chance eu perguntei: "Entao, voce mora em Nova Iorque?" e ele respondeu que sim e que era o dono da Paulino's Limousines. E a conversa continuou, eu perguntando se era bom viver em Nova Iorque e ele respondendo que sim, e coisa e tal. Nessa altura meu pai foi se aproximando e ficou escutando. Ele nao sabia de nada do que havia acontecido comigo e com a tal namorada. Entao, o Paulino disse: "Olha, meu rapaz, tem um pequeno porem. A coisa mais dificil do mundo e' um mineiro conseguir visto pra viajar para os EUA." Ai' eu respondi: "Pois e', acontece que eu ja' tenho o visto." "Voce esta louco?! Voce tem ideia de quantas pessoas gostariam de estar no seu lugar?" E ai' virou-se para o meu pai, e disse pra ele que eu poderia vir para Nova Iorque quando eu quisesse e que ele daria todo o apoio. E meu pai ali sem saber de nada do que estava acontecendo. Acho que ele deve ter pensado que eu estava mentindo pro amigo dele. No dia seguinte, cheguei no laboratorio e falei pro meu chefe que eu estava pensando em fazer um curso de aperfeicoamento do meu ingles nos EUA, e ele respondeu que eu nao precisava me preocupar pois o meu emprego estaria garantido por seis meses. Era tudo o que eu precisava ouvir.

Voce procurou o Geraldo Paulino quando chegou aqui em NY?
Dudu- Antes disso, o aviao parou em Miami. E la', entrou uma senhora com uma crianca, uma menina chamada Sibila, que nao parava de chorar. Ai eu pensei, alguem vai aparecer no aeroporto la' em Nova Iorque para pegar essa senhora. E comecei a ajudar ela a distrair a menina. Quando descemos no Aeroporto de Laguardia, o marido estava la' e ela disse para ele que a menina chorou a viagem toda e que eu tinha ajudado ela. Ai' ele perguntou para onde eu iria. Eu disse que estava indo para a empresa Paulino's Limousine, mas que nao sabia onde era. Para minha surpresa ele disse que sabia onde era. Ja' era quase meia-noite, e este senhor me levou ate' la'. Era ali na Rua 10, entre as avenidas 36 e a 37, aqui em Long Island City. Expliquei minha situacao para um rapaz que tomava conta la', e ele me deixou dormir dentro de uma das limousines. Eu nao me esqueco nunca, era 4 de dezembro de 1989 e fazia um frio danado. Me enrolei em papel de jornal e apaguei. No dia seguinte, os motoristas chegaram para pegar os carros e um deles, o Jovaci', me levou pra casa dele e me arranjou um quarto la'.

E como foi recomecar sua vida aqui em New York?
Dudu- Bom, primeiro eu trabalhei como ajudante de mecanico do Geraldo, mas foi pouquissimo tempo. Depois eu fui trabalhar no Alo, Alo!, aquele restaurante que era do Ricardo Amaral, que foi onde fiz duas grandes amizades, o Saulo e o Protasio, que eram chefes da cozinha, aos quais eu devo tudo o que aprendi em cozinha ate' hoje. Eu sou muito grato a eles. Hoje os dois vivem na Florida. No Alo, Alo! eu comecei como bora, o cara que faz a limpesa do restaurante depois que todos vao embora, de meia-noite ate' oito da manha. Depois me passaram para dish washer, salad man e, finalmente, cozinheiro. Olha, eu costumo dizer que e' preciso ter um carater muito forte e ser muito persistente para fazer o que eu fiz. Por exemplo: eu sai' do Brasil com 23 anos de idade, numa epoca em que eu ganhava o equivalente a 14 salario minimos, no inicio de carreira. O meu pai, com 30 anos na Policia Rodoviaria Federal ganhava menos do que eu. Eu nao tinha porque sair do Brasil para vir para Nova Iorque. E a vida que aceitei levar aqui, quando eu cheguei, nao e' qualquer pessoa que aguenta. No meu primeiro dia no Alo, Alo! me deram uma roupa branca. Fiquei segurando aquela roupa e viajei no tempo de volta ao Brasil, onde eu era o chefe do laboratorio e trabalhava com um jaleco branco. Eu disse para mim mesmo: "Meu Deus, o que que eu estou fazendo aqui?" Nao deu pra segurar as lagrimas. Passado aquele choque, eu falei: "Quer saber de uma coisa, eu vou e' encarar isso. Seja o que Deus quiser. Sai de la', dois anos depois, para inaugurar um restaurante com o Willian, la' na 3a. Avenida com a Rua 80. Nos eramos os chefs da cozinha e o restaurante se chamava Tiramissu. Trabalhei neste lugar durante um ano e pouco e resolvi dar um rumo diferente na minha vida. Comprei um taxi e fui trabalhar como motorista na Yes Car Service. Depois abri, junto com a Margarida, uma companhia de car service chamada New. Depois de algum tempo, a New foi comprada pela Andrea e se transformou na New Andrea. Como voce pode ver, eu vivi o comeco dos car services em Nova Iorque. Fui parte da historia da Yes, da New e da New Andreia. Posso dizer que conheco essa cidade como a palma da minha mao. Eu trabalhei como despachante de carros com um mapa de Nova Iorque atras de mim, e eu encontrava o motorista onde quer que ele estivesse e o levava onde ele quisesse, pelo radio da companhia.

Voce me disse que continua trabalhando como motorista de car service. Como e' isso?
Dudu- Eh, hoje em dia eu trabalho como motorista para a Carey, uma das maiores companhias de limousines do mundo. Inclusive, la' voce nao e' motorista, voce e' chauffer. Eu tenho o meu carro, um Lincoln todo equipado, tem mesa de computador e tudo o mais que um executivo possa precisar aqui em Nova Iorque. Alem disso, eu queria dizer que fui motorista particular da familia Nizan Guanaes, durante oito anos. Ele e' um dos mais importantes publicitarios da atualidade. Eu era o motorista, cuidava da familia e da casa dele durante todo esse tempo. Depois eles se separaram, ela casou-se com o Paulo Ricardo, aquele do RPM, ele casou-se com a Donata, a dona da Daslu, aquela boutique famosa de Sao Paulo, e eu voltei a trabalhar no taxi. Sempre que ele vem a Nova Iorque, fico a disposicao dele.

E como comecou a vida do Dudu empresario?
Dudu- Bom, eu ja' estava trabalhando no taxi e um dia, jogando uma pelada, conheci o Adair, que era o atendente de balcao do Chateau e engraxava sapatos, e nos tornamos amigos. As coisas la' no restaurante onde ele trabalhava nao estavam indo bem, e um dia ele disse: "Dudu, vamos pegar o Chateau pra nos?" Eu disse que nao tinha tino pra negocios e alem disso nao tinha nenhuma experiencia de estar a frente de uma casa como aquela. Na verdade, eu sabia cozinhar, tomar conta de uma cozinha, dirigir carro na praca, bater uma bola de vez em quando e tomar umas biritas, mas administrar um restaurante era como pilotar um aviao. Eu nunca tinha feito isso na minha vida. Ai' ele disse que conhecia do negocio e que estava por dentro de tudo no Chateau. Eu disse que pegava o negocio com ele para ajuda-lo, e que depois de um ano ele tocaria o negocio sozinho. Agora voce ve como sao as coisas, sem experiencia de negocios eu comecei tudo errado. O cara queria vender aquilo, naquela epoca, por cincoenta mil. Se eu tivesse oferecido uns trinta ele teria pegado. Agora o pior: em vez de comprar, arrendamos por tres anos, pagando dois mil por mes. Resultado, pagamos setenta e dois mil em tres anos, sendo que eu poderia ter comprado o negocio por trinta. Parece piada, mas foi verdade! A Lucia sempre comigo, claro, me ajudando em tudo, e a coisa foi crescendo. O Chateau era um lugar que todo mundo adorava ir e se sentiam bem e, foi la' que eu descobri que levava jeito para aquele tipo de negocio.

Voce mencionou que a Lucia estva sempre ao seu lado, ajudando voce em tudo. Como foi que voce a conheceu?
Dudu- Eu conheci a Lucia no restaurante Mezzaluna, ali na Rua 74 com a 3a. Avenida, onde ela trabalhava de bartender. Isso foi em 1999, e estamos nessa caminhada ate' hoje. Temos 3 filhos, sendo um do primeiro casamento dela, e dois do nosso casamento. O Lucas, tem 15 anos, o Rodolfo tem 6, e o Jose' Eduardo tem um ano e oito meses.

E o Adair, como ele ficou nessa historia?
Dudu- O Adair, no final do primeiro ano, tocou no meu braco e disse: "Dudu, isso aqui nao e' pra' mim, isso aqui e' pra' voce. Eu surpreso, disse para ele: "Adair, mas eu so' entrei nesse negocio por sua causa!" Ele disse, "Nao, Dudu! eu nao tenho nada a ver com isso. Tudo aqui e' voce, eu nao tenho queda pra isso, nao. Se isso aqui esta' lotado, se tem duzentas pessoas por noite, e' por sua causa. Isso foi feito pra' voce e por voce!" Eu insisti: "Mas, Adair, eu entrei nisso com voce, eu ia deixar isso pra voce, como e' que voce faz isso comigo?" Ele respondeu, no jeito dele, "Dudu, isso e' seu! Nao tem nada a ver comigo."

O que o Adair atualmente?
Dudu- Ele e' engraxate. Ele nunca deixou de engraxar. Assim como eu, eu nunca deixei de ser motorista de taxi. E' a vida. Cada um tem sua paixao. Dirigir pra mim e' uma terapia. Eu e a Lucia continuamos o negocio. Ficamos mais dois anos, ate' o final do contrato.

Voce quer dizer que fez o arrendamento por tres anos e no fim do contrato voce comprou o restaurante?
Dudu- Naooo! Os tres anos foram so' de arrendamento. Quando o contrato terminou o proprietario veio e me pediu cento e vinte e cinco mil! Isso foi a dois anos atras. Um negocio que eu poderia ter comprado por trinta, eu paguei setenta e dois nos tres anos de contrato e agora ele me pedia esse absurdo! E foi assim, se eu quisesse, bem, se nao quisesse ele pegaria o negocio de volta. Eu disse pra ele, "Entao voce pega de volta porque eu nao tenho esse dinheiro". Virei pra' Lucia, e disse: "Pra mim chega! Eu paro agora com esse negocio de restaurante. Isso foi em 2005. E entregamos o Chateau de volta para o dono.

Como a Lucia enfrentou essa sua reacao?
Dudu- Olha, a Lucia e' uma lutadora! Ela sempre batalhou na vida, Quando eu a conheci, ela trabalhava de bartender e tinha os negocios dela. Ela foi, talvez, a primeira empresaria brasileira aqui em Nova Iorque a trazer esses artistas do Brasil para trabalhar aqui. Ela era dona de uma agencia e sempre foi empresaria. Ela sempre teve essa veia pra negocios. Ela vem de uma famila de comerciantes. O pai dela sempre teve negocios no Brasil. Ela devia ter os planos dela na cabeca.

E como foi retomar a vida de empresario de restaurante aqui no Barril Grill?
Dudu- Um dia, a Lucia estava andando aqui pela Broadway, e deu de cara com esse lugar onde hoje estamos. Aqui funcionava o Gables, um restaurante antigo de um italiano, por cerca de 30 anos. Depois o dono fez uma reforma e mudou o nome para Cesco. Isso estava tudo parado e vazio quando a Lucia passou por aqui. Ela entrou e conversando com o dono, ele disse: "Eu ja' estou cansado dessa vida! Estou com 73 anos, quero largar isso tudo e descansar. Voce quer comprar?" Ai' a Lucia comecou a buzinar no meu ouvido que nos tinhamos de comprar, porque essa era a oportunidade que ela estava esperando, que o lugar estava morto mas o ponto era bom, e coisa e tal. E assim, depois de ficar so' dirigindo por um ano, nos compramos isso aqui. Fizemos nossa reforma, uma coisinha aqui e outra ali, e inauguramos em novembro de 2006.

Entao, o Chateau e' hoje uma pagina virada em sua vida?
Dudu- Exatamente. Foi uma fase que passou. Nos dedicamos durante tres anos e transformamos aquele lugar em um ponto de encontro de pessoas alegres e descontraidas que se sentiam muito bem em ir la' todas as noites. Eu curti esse tempo todo com os fregueses da casa, muios se tornaram amigos. Hoje, todo mundo diz qe o Chateau so funcionou comigo. E agora estamos aqui, recebendo os nossos fregueses e amigos com o mesmo sorriso e a mesma alegria. Estamos fazendo aquilo que gostamos e parece que as pessoas percebem isso. As vezes alguem me dize que eu deveria comprar o Chateau, mas isso e' impossivel. Eu nao saberia tomar conta de dois negocios. As pessoas veem aqui para se divertirem e para se encontrarem comigo. Eu sou assim, alegre, brincalhao, converso com todos, abraco todo mundo, participo com eles, assisto o futebol. Nao posso me dividir em dois. Dudu so' tem um, e esta' aqui no Barril Grill.

Dudu, voce e' chef, isso nos ja sabemos, mas quem e' que cuidava do menu do Chateau e quem cuida agora do menu do Barril Gril?
Dudu- Ah, quem cuida disso e' a Lucia. Ela tambem cuida da parte burocratica e administrativa. Logico que eu verifico tudo, vou na cozinha e experimento a comida, vejo se as carnes estao no ponto, se a feijoada esta' bem temperada. Se for preciso, eu mexo aqui e ali, ponho mais sal, pico mais cebola, alho, retempero e mudo o gosto da coisa. Agora, da cozinha pra fora, mexer com papeis, isso e' com a Lucia. Ela entende de tudo. Eu vou a rua, faco as compras, e uma coisa que eu nao abro mao, que eu faco com a maior dedicacao e o maior prazer, e' cuidar da cerveja. Esta tem que estar sempre no ponto. A minha cerveja e' a mais gelada que existe em Nova Iorque.

Como e' o seu dia-a-dia?
Dudu- Bom, durante a semana, de segunda a sexta-feiras, eu acordo sempre por volta das 6 da manha, tomo o meu cafe' e saio para trabalhar. Fico na rua ate' as 7 ou 8 da noite. Se preciso, fico ate' um pouco mais tarde. Depende do cliente e do servico. Quando termino venho direto pra ca' e fico ate' meia-noite. Nas sexta-feiras eu fecho aqui as 4 da manha. Ate' que arrumamos tudo vou pra casa la' pelas 6 da manha. Durmo ate' 1 da tarde e venho para ca'. Ai' trabalho ate' a hora de fechar.

Quais sao os planos do empresario Dudu para o futuro, a medio e a longo prazo?
Dudu- Bom, eu ja' vi que, a esta altura, nao da' para recomecar mais uma vez. Isso aqui e' a minha vida, meu futuro e o futuro da minha familia. So' tenho a agradecer a Deus por tudo que ele tem me oferecido. Imagina o que significa voce descobrir, com quase quarenta anos de idade, que voce pode fazer algo novo, diferente, em sua vida. As vezes eu penso em expandir esse negocio. Eu gosto dessa vida de empresario. As pessoas veem aqui porque sabem que serao bem recebidas. Eu sempre digo: "Se voces virem alguma coisa errada aqui, me avisem, nao pensem que eu vou ficar zangado com isso. E' um grande favor que voces estao me fazendo. Do jeito que voces nao gostaram, outros podem nao gostar tambem e, ai' todo o meu trabalho, todo o meu esforco vai por agua abaixo. Eu gosto de fazer isso, de ver gente diferente todos os dias, de conversar com as pessoas, enfim, de me relacionar com todos. Engracado, e' que no meu trabalho de chauffer tambem e' assim. Por isso eu gosto de dirigir. Esses dois trabalhos nao me cansam.

Como voce faz para conciliar essas duas atividades tao diferentes e que exigem tanta responsabilidade?
Dudu- Eu nao sou um funcionario da Carey. Eu sou um Independent Operator. Eu trabalho o dia que eu quero. Mas, e' aquele negocio de responsabilidade que voce falou ainda a pouco, eu procuro fazer disso uma rotina na minha vida. Se vejo que vai dar para trabalhar na Carey amanha, hoje eu ligo para a base e peco o trabalho para o dia seguinte. Eles passam tudo para o meu black berry, e eu vou a luta no dia seguinte.

O que voce aconselha a um brasileiro que queira iniciar um negocio aqui em New York?
Dudu- Nao sei se eu seria a pessoa mais indicada para isso. Eu cai' meio de para-quedas nessa vida de dono de restaurante. Mas, eu diria que isso nao e' uma coisa facil. E' muito dificil voce montar um negocio e ele prosperar. Voce tem que estar numa boa localizacao, conhecer e se relacionar bem com a comunidade que voce quer servir. O carisma e' essencial para esse tipo de negocio e precisa ter um bom conhecimento de compras. Talvez esse seja o ponto mais importante neste tipo de negocio. A compra tem de ser bem feita, nao so' em termos de preco mas, tambem, de qualidade. Uma compra bem feita e' o comeco de tudo. Voce tem de saber administrar ou, como no meu caso, ter alguem que entenda disso junto com voce. (Risos) Gracas a Deus, eu tenho um casamento que e' o meu suporte. Sem a Lucia comigo, nada disso teria acontecido.

Voce disse que o ponto comercial e' um elemento fundamental para esse tipo de negocio. Issome faz lembrar que o seu primeiro restaurante, o Chateau, nao esta situado em um bom ponto e, mesmo assim, foi um sucesso. Como voce explica isso?
Dudu- Eh, mas tem um detalhe, se voce for la' hoje vai ver um lugar parado, sem movimento nenhum. Dou gracas a Deus por ter me ajudado a ter sucesso em um lugar como aquele. Isso me faz sentir que eu tenho o dom e o carisma para esse tipo de negocio. Mas, o ponto e' muito importante. Aqui, por exemplo, mesmo que eu nao tivesse muita queda para restaurante, a coisa daria certo porque o ponto e' bom. Pense bem, sao quase 20.000 pessoas que descem da estacao todo dia.

Hoje em dia e' mais facil, para um brasileiro, iniciar um negocio aqui em New York ou mais dificil?
Dudu- Sem duvida e' muito mais facil. Inclusive, se voce montar um negocio dirigido somente para os brasileiros, voce continua tendo muitas chances de dar certo. Veja o Ricardo, por exemplo, o Rio Bonito vive so' de brasileiros. E' o mesmo caso do Ze', no Copacabana, embora la', eu tenho certeza, que deve existir uma parcela significativa de fregueses que nao sao brasileiros, mesmo assim, a presenca de brasileiros no Copacabana e' grande. Hoje em dia, tem muito mais brasileiros em Nova Iorque do que a uns 20 anos atras. Antigamente, voce ouvia alguem falando em portugues e saia correndo atras: "Ei, voce fala portugues?!" e a gente ficava conversando ali para matar a saudade do Brasil. Hoje, passar por brasileiros na rua e' uma coisa normal. Veja na igreja, a quantidade de brasileiros que existe. Entao, hoje em dia e' muito mais facil montar um negocio do que antigamente.

O Barril Grill e' um restaurante voltado para brasileiros ou sua clientela e' mais diversificada?
Dudu- Aqui e' bem diferente, com certeza devido a localizacao. Cerca de 80% dos nossos fregueses, durante o dia, nao sao brasileiros. Mas, nas nossas noites acontece o contrario, mais de 90% das pessoas que veem aqui sao brasileiros. O Barril tem um jazz maravilhoso nas quintas-feiras, de 08 as 11 da noite. Os musicos sao americanos mas voce precisa ouvir a musica que eles fazem, uma coisa maravilhosa. Eles tocam de tudo, inclusive bossa nova. Na sexta-feira temos o Marcelo, de 11 da noite as 4 da manha. Ele e' um cantor fantastico e canta em italiano, frances, espanhol e ingles. E' um mineiro, com uma voz de outro mundo. As pessoas adoram ele. No sabado tem o Robson, tambem de 11 da noite as 4 da manha. Este faz uma musica mais alegre, musica sertaneja, pagode, axe'. Aos domingos o Marcelo canta de 08 as 11 da noite.

Se nao fosse restaurante, qual o negocio que voce abriria hoje?
Dudu- (Risos) Se nao fosse um restaurante, eu abriria um bar. (Risos)

Vamos passar agora para o ultimo bloco de perguntas...
Dudu- Ah, antes me deixa contar um fato interessante que aconteceu nessa minha vida de chauffer de limousine. Um dia, fui chamado para fazer um casamento. Eu estava trabalhando na New Andreia. Acho que ja' fazia uns cinco anos que eu estava vivendo aqui na America. Eu tinha que apanhar a noiva, aqui em Nova Iorque e levar para a igreja, em New Jersey. Cheguei la', parei, abri a porta, a noiva saiu do carro e entrou na igreja para a cerimonia. Eu fiquei dentro do carro, esperando o final do casamento. Numa certa hora, veio o noivo la' de dentro, com um prato de salgadinhos, um copo de vinho e me ofereceu. Ai' eu disse que nao podia beber, pois estava dirigindo, e agradeci pela gentileza. Ele insistiu e disse que seria apenas vinhozinho, que nao iria fazer nenhum mal, e coisa e tal. E me deixou la' com o prato e o copo de vinho nas maos. No que ele virou para voltar para a igreja eu pensei rapido: "Eu conheco esse cara de algum lugar. De onde sera', meu Deus?" Ai' deu aquele estalo e eu falei: "Ei! vem ca'! Ele virou-se para mim e eu completei: "Seu nome e' Edmilson?" Ele parou e disse que sim e ficou me encarando. Eu disse: "E voce nao e' bahiano e morava em Belo Horizonte?" Ele disse: "Isso mesmo!" Eu disse: "Pois e', rapaz! e' por sua causa que eu estou aqui nesta terra. Lembra daquele tenis All Star que voce me vendeu?" Ele ficou parado, assim meio sem saber o que fazer: "E' isso mesmo! Poxa, que coincidencia!" E nos abracamos, e comecamos a conversar. O vinho acabou, e ele voltou la' dentro e trouxe mais vinho e mais salgadinho, e comecamos a lembrar daquela viagem ao Paraguai, das coisas la' de Minas, e a noiva la' dentro esperando. (Risos) O cara nao saia de perto de mim. (Risos) E ia la' dentro, "me espera aqui que eu volto ja', e voltava com mais vinho e mais tiragosto. (Risos)Rapaz, quase que eu acabei com a festa do casamento! Foi muito engracado! Como o mundo da' voltas! (Risos).

Alem de suas atividades como empresario, voce dedica algum tempo a alguma atividade comunitaria?
Dudu- Nisso eu estou em debito. Nao participo, por falta de tempo. Essa minha vida, saindo de um trabalho e entrando em outro, acaba que eu nao tenho tempo. As vezes quero ir a missa num domingo, mas nao dou conta de acordar. Sempre peco a Lucia para levar as criancas a igreja. Meu pai era um homem que nao ia a igreja mas vivia falando para minha mae que ela tinha de nos levar a igreja. Ele tinha uma preocupacao muito grande com a nossa iniciacao religiosa. Mas, voltando a sua pergunta, mesmo nao tendo tempo de participar diretamente de uma atividade comunitaria, eu estou sempre aberto a fazer alguma coisa em prol da comunidade. Se chegarem aqui e me chamarem para fazer alguma coisa, por exemplo, participar de uma festa junina, eu vou la', coloco a minha barraca, e vai ser um prazer muito grande para mim ter a oportunidade de fazer minhas broas de milho, pamonha, canjica... Vai ter tudo isso!

Existe uniao entre os comerciantes brasileiros aqui em Astoria, ou e' cada um porsi' e Deus por todos?
Dudu- E' cada um por si e Deus por todos, infelizmente. Deveria haver mais uniao entre a gente. Por exemplo, eu gostaria que se a cerveja do fulano acabasse, ele me telefonasse e viesse aqui pegar comigo, e vice-versa. Eu estou falando de cerveja mas poderia ser qualquer outra coisa. Que eu me lembre, a unica pessoa que me deixou a vontade para uma aproximacao desse tipo, porque ele ja' recorreu a mim e, se algum dia eu precisar eu vou recorrer a ele tambem, foi o Michael, do Sabor Tropical. Acho que deveria existir esse tipo de relacionamento entre nos, comerciantes. Imagine como seria bom se pudessemos trocar informacoes a respeito de compras, por exemplo, dos precos do fornecedor A, B ou C. Poderiamos comprar melhor e, consequentemente, vender melhor. As vezes fico sentido de constatar que alguns desses meus amigos nunca vieram aqui, nem para conhecer o lugar. O Ricardo, do Rio Bonito veio na inauguracao, e continua vindo. Mas os outros amigos, infelizmente se afastaram. Isso me deixa triste.
Voce acha que seria interessante criar uma especie de associacao, clube, ou algo parecido para viabilizar esta aproximacao entre os comerciantes brasileiros?
Dudu- Seria muito interessante, para que pudessemos nos reunir de vez em quando, trocar ideias nossos negocios, ver o que a gente poderia fazer em prol da comunidade. Se houvesse uma associacao desse tipo as coisas poderiam ser mais facil. Acho ate' que a igreja poderia tomar a iniciativa de proporcionar esse encontro. Fazer os convites oficiais e entregar em maos e falar: "olhe, estamos contando com sua presenca." Nao seria uma coisa tipo, se voce quiser, voce vai. Seria uma obrigacao, um compromisso. Se a pessoa nao puder ir no dia e hora marcado, que mande um representante. Esses encontros deveiam ser periodicos e a igreja faria um programa descrevendo o projeto que seria discutido.

Voce esta' falando da possibilidade dessa associacao ou clube colaborar em projetos especificos de ajuda a comunidade, tipo: criacao de um day care para que as maes possam deixar seus filhos e irem trabalhar, ou criar um fundo para ajudar criancas a participarem de um sumer camp, conceder bolsas de estudo em cursos profissionalizantes para adolescentes, criacao de consultorio medico ou de orientacao juridica?
Dudu- Acho que isso seria super interessante. Acho ate' que isso nao deveria ficar restrito aos comerciantes brasileiros. Projetos desse tipo poderiam contar com a juda do comercio em geral, de pessoas que quisessem participar com doacoes. Com relacao as criancas pequenas, eu acho que a igreja poderia coordenar a criacao de um day care voltado para a comunidade brasileira, com mensalidades simbolicas ou de acordo com o poder aquisitivo de cada familia, e os comerciantes ajudariam na manutencao de todas as despesas, inclusive na contratacao de professoras para ensinar a lingua portuguesa e algumas coisas de nossa cultura.

Davilmar- Para terminar, quero dizer que foi muito bom ter tido a oportunidade de entrevista-lo e ficar conhecendo um pouco melhor este empresario competente, carismatico e tao preocupado com a vida dacomunidade brasileira aqui em New York, especialmente essa comunidade que vive aqui em Astoria. Voce tem um passado maravilhoso e, estou certo, um futuro muito auspicioso pela frente. Deixo aqui o meu agradecimento pela sua atencao e gentileza por ter me concedido uma parcela preciosa do seu tempo para esta entrevista. Dudu, muito obrigado e...muito sucesso!



Robert Serbinenko said...
Olá...só queria dizer que a existência de carservice em Queens começou antes do que voce pensa meu caro Eduardo. Tive meu carro na Vanessa ( Rua 89 com Roosevelt- Jackson Heights) já no ano de 1985 e se não me engano, o dono da Yes trabalhou na mesma época,só que não me lembro do seu nome. De qualquer forma, achei legal a sua entrevista. No final das contas, cada um tem o seu caminho,seja em Sete Lagoas ou NYC.
November 21, 2007 1:31 PM

Comentário por
Madalena Barranco em 30/12/07 - 11h42m
Olá Davilmar, muito prazer! Seu blog tem algo de especial: que é mostrar a vida das pessoas fora do país... Interessante. Um grande abraço e feliz ano novo.


Comentário por RENATA FERN em 23/02/08 - 21h01m
Davilmar!! Hahaha... Acabei de ler todo o seu blog . Comecei lá de cima... e adorei esta última entrevista!!! A história do Dudu é o máximo!!!!O seu blog é muito original!!! Essa idéia de entrevistar barsileiros em Nova York é genial!!! Aqui no GO eu e o meu amigo Freitas temos dois blogs de entrevistas, onde costumamos entrevistar os amigos interagentes usuários deste espaço. É muito divertido!!! depois, quando der, visite-nos! Ok?!!!Um grande beijo e boa sorte aí em New York City!!!Ah!.. Preciso de um all star urgente! A minha vida pode mudar... hahaha...Beijos,Rê!

2 comments:

Robert Serbinenko said...

Olá...só queria dizer que a existência de carservice em Queens começou antes do que voce pensa meu caro Eduardo. Tive meu carro na Vanessa ( Rua 89 com Roosevelt- Jackson Heights) já no ano de 1985 e se não me engano, o dono da Yes trabalhou na mesma época,só que não me lembro do seu nome. De qualquer forma, achei legal a sua entrevista. No final das contas, cada um tem o seu caminho,seja em Sete Lagoas ou NYC.

Davi Santos said...

Comentário por Madalena Barranco em 30/12/07 - 11h42m

Olá Davilmar, muito prazer! Seu blog tem algo de especial: que é mostrar a vida das pessoas fora do país... Interessante. Um grande abraço e feliz ano novo.